Só devias ter falado para o jornal se Portugal ganhasse o Mundial...:)
No dia em que o Brasil todo incorporou as cores de Portugal, o verde e o vermelho da bandeira portuguesa foi estendida logo de manhã na sala da casa do lusitano Hélder Miguel. Ao lado do conterrâneo José Luis, os amigos torceram, vibraram e se emocionaram juntos na partida de ontem à tarde.
A ansiedade até o início da partida foi se transformando em preocupação assim que a bola começou a rolar em Munique. Os fanáticos torcedores do Sport Lisboa e Benfica, só não esperavam o pênalti de Ricardo Carvalho sobre Henry ainda na primeira etapa. Antes da cobrança, tempo suficiente para a honestidade de quem entende e sabe reconhecer uma marcação da arbitragem contra a sua equipe. “Foi pênalti. Não tem o que discutir”, disse Helber. Opinião semelhante ao seu amigo, que lembrou de um detalhe. “Pênalti foi mesmo, mas com certeza se fosse a favor de Portugal, ele [árbitro] não teria marcado”, comentou.
No intervalo, a previsão de que a classificação estava cada vez mais longe. “Está muito difícil, o meio-campo da França está muito bem e não dá espaço ao nosso time. O Simão e o Nuno Gomes dariam outra cara à equipe”, analisou José Luís.
No segundo tempo, Portugal lutou, mas não conseguiu superar a seleção francesa. As palavras da dupla explicaram com precisão o que faltou para time de Felipão chegar a grande final da Copa. “O que faltou hoje [ontem] foi o Deco chamar a responsabilidade para ele. Fomos bem durante todo o Mundial, mas quando o meio-de-campo não joga bem, fica difícil para o ataque marcar gols”, disse José Luis. Palavras que tentaram explicar a eliminação e também foram elas que descreveram o sentimento do povo português que voltou a brilhar numa Copa do Mundo.
“Ter chegado à essa semifinal já foi uma grande vitória para nossa seleção. Seria histórico repetirmos o feito de 1966, mas a derrota de hoje [ontem] não tira os méritos de toda a equipe”, finalizou Héber, que junto com o amigo José Luis retornam para Portugal no próximo dia 22 de julho, para terminar os estudos.
FELIPE SANTILHO
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